domingo, 21 de agosto de 2011

Uso de cheque especial e cartão de crédito pede cautela

Agência Brasil 21/08/2011 às 10:13

Mesmo com as altas taxas de juros, o consumidor brasileiro continua a recorrer ao cheque especial e ao cartão de crédito. Segundo dados do Banco Central (BC), em junho, as concessões de crédito por meio de cheque especial e cartão de crédito representaram 60,8% do total para pessoas físicas, que foi R$ 75,203 bilhões.
De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração eContabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, o cheque especial e o cartão de crédito são empréstimos mais fáceis de serem tomados porque estão pré-aprovados e disponíveis imediatamente para os clientes.
Entretanto, o custo dessas modalidades é muito elevado. Pelos dados da Anefac, a taxa de juros do cheque especial ficou em 10,69% ao mês em julho. No caso do cartão de crédito, os juros chegaram a 8,27%, acima da taxa média de 6,84% e do crédito direto ao consumidor dos bancos. de 2,37% ao mês.  
Cuidados -  Oliveira orienta os consumidores a negociar as taxas e os tipos de empréstimos com os bancos. “Falta às pessoas saber que custa caro escolher essas modalidades. O cheque especial só deve ser usado em prazo curto e em situação emergencial”, disse Oliveira.
O professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) e consultor de finanças pessoais Newton Marques observa que, em geral, os consumidores usam cheque especial e cartão de crédito quando já não têm margem para tomar empréstimos com custo mais barato. Para ele, os consumidores devem fazer planejamento de suas contas.
O primeiro passo é analisar detalhadamente cada uma das despesas e reduzir os gastos que não são prioritários. “É preciso cortar na carne.”, diz Marques. Quando o endividamento é alto, o consumidor pode vender bens, como o carro, para pagar as dívidas. “A regra é não pagar juros”, destaca. O ideal é que, além de quitar as dívidas, o consumidor reserve pelo menos 10% da renda para aplicações e emergência.
Em cenário de incertezas no mercado internacional e de menor ritmo de crescimento da economia brasileira, o conselho dos especialistas é evitar dívidas. Isto porque um menor crescimento econômico pode levar trabalhadores do setor privado a perder o emprego e servidores públicos a ficar com reajustes salariais abaixo do esperado. “É preciso segurar as despesas”, completa Marques.
“O trabalhador deve ter muita cautela neste momento. É preciso evitar assumir dívidas de longo prazo. Nesta crise [econômica], a cada dia, há uma notícia pior, queda das bolsas. Não sabemos qual será a extensão desta crise no Brasil”, conclui Oliveira.



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