quarta-feira, 10 de maio de 2017

Apenas 15% dos consumidores estão com a conta no azul, diz SPC Brasil e CNDL

Cerca de 42% dos consumidores que utilizaram o cartão de crédito no mês de março não sabem apontar com certeza quanto gastaram nas compras do mês


Nesta terça-feira (9) o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgaram um levantamento onde foi constatado que apenas 15% dos consumidores brasileiros estão com as contas no azul, ou seja, com sobra de recursos para consumir ou fazer investimentos.

O balanço também apurou que a maioria dos consumidores está com os recursos equilibrados, onde 43% dos entrevistados pelo SPC Brasil estão sem sobra e sem falta de dinheiro, enquanto que 34% estão no vermelho, impedidos de pagar as contas com a renda atual.

De acordo com o educador financeiro do portal “Meu Bolso Feliz”, José Vignoli, embora os dados reflitam a crise econômica vivida, não se pode deixar de considerar que a falta de planejamento financeiro leva ao acúmulo de dívidas e a todas as consequências que decorrem do aperto, como o stress e até o desentendimento familiar.

Onde foi gasto?
A falta de planejamento também pode ser notada em outro dado apurado pelas instituições que indicou que 42% dos consumidores que utilizaram o cartão de crédito no mês de março não sabem apontar com certeza quanto gastaram nas compras do mês, que teve uma média de cobrança de R$ 1.140.
A maior parte dos gastos foram com os alimentos, que compuseram 62% dos itens comparados pelo cartão de crédito. Logo em seguida vêm remédios, roupas, combustível e bares/restaurantes com respectivamente, 49%, 32%, 28% e 26%.
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, recomenda que antes de efetuar qualquer compra, é importante avaliar se é de fato importante ou não.  “Caso a compra seja inadiável, o consumidor deve buscar informação sobre as taxas de juros e verificar se as parcelas estão de acordo com a realidade do seu orçamento. O cartão de crédito, ao contrário do que muitos pensam, não é um vilão para o consumidor. Tudo depende de como ele é utilizado. Se ele não pagar a fatura integral e acabar optando pelo rotativo ou parcelamento, vai arcar uma taxa de juros que varia de 150% a quase 500%, em média”, conclui.

Consumo de crédito
Embora no mês de março tenha sido constatado que houve aumento na propensão ao consumo de crédito em relação a fevereiro – a pontuação passou de 24,6 para 27,1 pontos. A distância dos 100 pontos só ressalta que os consumidores estão evitando os instrumentos de crédito.
Uma taxa que ilustra o distanciamento é que 58% dos consumidores brasileiros não utilizaram nenhuma modalidade de crédito – empréstimo, linhas de financiamento, crediários e cartões de crédito – no mês de março. Sendo que 44% dos entrevistados também citaram que atualmente está difícil obter empréstimos ou financiamento no mercado.
O levantamento ainda mostra que 20% dos brasileiros tiveram o crédito negado, dos quais 9% estavam com o CPF negativado e 4% não possuíam saldo o suficiente para ter a transação aprovada.
“Com a inadimplência em patamar elevado, desemprego crescente e recessão, tanto bancos como financeiras têm restringido o crédito no mercado, o que dificulta a contratação por parte do consumidor. Além disso, as taxas de juros, ainda muito elevadas, acabam inibindo o apetite do consumidor na busca de recursos financeiros para consumir”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, sobre essa percepção do consumidor.

Redução de gastos
Outro apontamento realizado pelo SPC Brasil e a CNDL é que 62% dos consumidores têm intenção de reduzir os gastos neste mês de maio. Vale ressaltar que 24% desses entrevistados estão sempre tentando economizar, enquanto 20% fazem porque sentem os produtos mais caros nas prateleiras.

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FONTE: Economia IG 

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