quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Preço do imóvel pronto sobe o dobro da inflação em 12 meses

Em doze meses até agosto, o aumento acumulado foi de 12,3%, enquanto a inflação medida pelo IPCA-15 subiu 6,15% no período

O preço de venda do metro quadrado dos imóveis prontos, a maioria usados, e anunciados na internet, subiu, em média, 1,2% em agosto, depois de ter aumentado 1,1% em julho, segundo o Índice FipeZAP. O indicador apura as cotações em dezesseis cidades. Em doze meses até agosto, o aumento acumulado foi de 12,3%, praticamente o dobro da inflação do período, medida pelo IPCA-15 (6,15%).

Apesar de a valorização dos imóveis superar de longe a inflação, o coordenador do Índice FipeZAP, Eduardo Zylberstajn, ressalta que os sinais de desaceleração dos preço ficaram mais evidentes em agosto. Para sustentar essa avaliação, ele observa que o índice que considera apenas sete cidades registrou, no mês passado, a mesma variação de julho, isto é, subiu 1% e não houve aceleração em relação ao mês anterior.


Além disso, o economista ressalta que em seis das sete cidades pesquisadas, o preço médio do metro quadrado dos imóveis anunciados subiu menos em agosto. No caso de Belo Horizonte, o preço médio caiu 0,3% no mês passado, a quarta retração consecutiva.

Outro resultado de agosto que chamou a atenção do economista foi o comportamento dos preços em Niterói (RJ), que ficaram praticamente estáveis no mês passado, após um forte período de alta.

Aluguel — No caso dos preços de locação, pesquisados em apenas duas capitais, São Paulo e Rio de Janeiro, Zylberstajn ressalta que eles registraram a primeira queda em três anos no Rio de Janeiro. O preço do metro quadrado para locação recuou 0,01%. "Isso não ocorria desde junho de 2010 (-0,4%)", diz o economista. No mês passado, houve retração nos preços do aluguel dos imóveis de um e quatro dormitórios no Rio de Janeiro, mostra a pesquisa.

Na avaliação de Zylberstajn, o preço do metro quadrado de aluguel é uma referência importante para o mercado imobiliário porque mede a capacidade de pagamento da população. Quando esse preço recua, é sinal de que o poder de consumo está diminuindo. E, para ele, isso está ocorrendo.

"A desaceleração dos preços dos imóveis não é uma surpresa", afirma o economista. Ele lembra que esse movimento é compatível com a conjuntura atual, que ficou mais complicada, com o aumento da taxa básica de juros, inflação e renda.





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